Sua pílula quinzenal sobre branding, design e marketing ✨

Ei, brandlover!
Lembram de mim?? Agora voltei, e dessa vez com mais potência ainda 💪
Algumas coisinhas mudaram por aqui:
→ Agora essa news é distribuída pela Boldfy, mas ainda é escrita por mim (prazer, Clara 👋 ), então favorita esse novo remetente pra gente não cair no seu spam!
→ Chegou a era das colabs, e cada edição vai contar com a colaboração de um profissional que eu admiro.
Pra começar com chave de ouro, por que não falar justamente sobre esse assunto?
Hoje eu e a Carol vamos falar mais sobre associação de marca e transferência de credibilidade. Bora lá?!
Na new de hoje
✨ Associação de marca e transferência de credibilidade
⚡️ Como criar associações de marca
💜 Recursos úteis
🔥 Case: Wall Mart
Associação de marca e transferência de credibilidade
Existem três conceitos que se entrelaçam de formas bem interessantes no branding:
Collabs
Associação de marca
Transferência de credibilidade
Associação de marca, como o próprio nome diz, pode ser entendida como qualquer valor ou conceito associado para criar ou reforçar identidade. Tipo a Redbull faz com a sensação de adrenalina e com os esportes radicais, sabe?
Já uma collab é entendida como o resultado da co-criação entre duas marcas, seja em um formato de produto, serviço…
E a transferência de credibilidade pode vir por diversos tipos de parceria e transmissão de atributos, o foco é utilizar um cross reputacional pra ganhar confiança.
✨ No fundo, as três estratégias andam juntas.
Associações de marca tem a ver com a rede de pensamentos, sensações e percepções formadas por experiências e impressões acumuladas sobre uma marca.
Quando positivas, elevam a percepção de qualidade e confiabilidade, além de criar conexões emocionais que promovem a lealdade pela marca. Funcionam como atalhos mentais que facilitam decisões.
Uma das formas mais rápidas de criar essas associações é por meio de colaborações. Já reparou como as marcas conseguem chamar nossa atenção de um jeito diferente quando se juntam?
Dizem que uma das primeiras collabs da história foi nos anos 30, quando a estilista Elsa Schiaparelli co-criou várias peças de roupas com Salvador Dalí. Esse movimento criou uma associação de marca com o surrealismo, posicionando Elsa como mais inovadora e conceitual.
Uma das mais famosas foi esse chapéu em formato de sapato:

Às vezes, já conhecemos uma marca, mas quando se conecta a outro nome, nossa percepção sobre ela muda. É nesse momento que as colaborações se tornam uma forma de gerar novas associações.
Quase 9 anos atrás, em 2017, quando trabalhei em uma das maiores agências de licenciamento de marcas do Brasil, grandes marcas já exploravam diversas categorias de produtos, mas na maioria das vezes no formato padrão de licenciamento por royalties.
Até que um tipo de “branding mutualista” ganhou ainda mais força e as collabs começaram a crescer muito, exponencialmente! Hoje em dia estão em literalmente quase todas as categorias.
Dados atuais nos mostram os resultados:
→ 90% dos consumidores demonstraram interesse em produtos co-branded. (Qualibest, 2024)
→ A Cimed, com sua marca Carmed, viu um crescimento de 90% na categoria de hidratantes labiais por conta de colaborações bem-sucedidas. (Exame, 2024)
→ Marcas que investem em collabs esperam um aumento médio de 42% no engajamento. (Exame, 2024)
Mas o que tudo isso tem a ver com transferência de credibilidade?
A credibilidade de marca é construída por vários fatores, incluindo consistência em seus valores, relevância para o cliente, reputação positiva…
E quando uma marca se liga a outra é literalmente uma simbiose. Uma das marcas ganha um tipo de acesso aos atributos da outra e vice-versa. Ou seja, é um movimento de associação de marca instintivo que leva à essa transferência de credibilidade.
Um setor que domina essa estratégia é o mercado de luxo, que se associa constantemente a elementos como qualidade excepcional, tradição e exclusividade.
Apesar de nem sempre sustentarem uma boa reputação, as marcas de luxo usam esses atributos para se manter em um lugar aspiracional.
Já vimos collabs como Havaianas x Dolce & Gabbana e Adidas x Gucci, seja expandindo marcas para novas categorias ou tornando o luxo mais acessível.
Quando uma marca colabora com o luxo, ela herda um toque de exclusividade e desejo, fazendo o público sentir que está mais perto de algo antes inalcançável.
Como criar associações de marca
Micro-collabs
Não é só sobre grandes marcas. As micro-collabs estão crescendo porque permitem novas conexões e exploram territórios inéditos com mais flexibilidade.
Co-branding
como uma ferramenta de educação Quando uma marca simplifica um conceito complexo por meio de uma parceria, ela torna esse conhecimento mais acessível ao público. Isso fortalece a associação de marca, criando conexões mais claras para os consumidores.
Do produto ao propósito
As melhores colaborações geram associações que vão além do "o que" e focam no "porquê". Quando marcas compartilham valores, como sustentabilidade, a conexão se torna mais forte.
Collabs para além de produtos e serviços
Colaborações são sobre conectar histórias. Quando marcas se tornam canais umas para as outras, com foco na narrativa, isso abre um universo de possibilidades.
Aspecto cultural
Quando marcas se conectam à cultura e arte, criam experiências mais envolventes e associações emocionais, fortalecendo identidade e vínculo com o público.
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No fim das contas…
Toda collab pode gerar uma associação de marca, e nem toda a associação de marca é uma collab. Isso pode ser positivo ou negativo. Escolher as parcerias e narrativas certas significa garantir que o público faça a conexão exata que sua marca quer construir.
Ah, eu e a Clara acabamos de fazer uma colaboração nesse conteúdo. Depois conta pra gente no LinkedIn se curtiu!
Case: Wall Mart
Se você já sonhou em ter uma Birkin da Hermès, mas sem gastar uma fortuna, talvez tenha se deparado com a Wirkin, a bolsa lançada pelo Walmart que gerou um dos maiores burburinhos recentes no mundo da moda.
O motivo? Ela é uma cópia escancarada da icônica Birkin - aquela bolsa que custa no mínimo 10k dól - mas vendida por menos de 5% do valor de uma original.
Assim que foi lançada, a Wirkin esgotou rapidamente. O impacto foi gigantesco, com uma avalanche de mídia espontânea e debates nas redes sociais.
Muita gente comprou pelo hype, outras pelo meme, e outras porque finalmente tinham acesso a um modelo visualmente semelhante ao símbolo máximo do luxo.
Mas o que torna esse case ainda mais interessante é que a Wirkin não foi uma collab oficial. A Hermès nunca assinou essa parceria, e o Walmart agiu por conta própria, explorando um conceito poderoso de branding: associação de marca e transferência de credibilidade.

🤔 Como a estratégia funcionou?
A associação de marca acontece quando uma empresa se apropria de atributos ou percepções ligadas a outra marca - seja por parcerias diretas (como collabs), seja por um movimento indireto, como o caso da Wirkin.
Aqui, o Walmart usou um truque esperto: sem qualquer autorização da Hermès, criou um produto que evocava automaticamente a identidade da Birkin, transmitindo um certo “prestígio emprestado” pra seus consumidores.
Isso gerou uma transferência de credibilidade.
A lógica por trás desse fenômeno é simples: quando uma marca se associa a outra com um alto nível de reconhecimento e status, ela consegue absorver um pouco desse valor simbólico.
A Wirkin, apesar de ser um produto de varejo acessível, foi imediatamente percebida como um item de desejo - não porque carregava a força do Walmart, mas porque remetia à Hermès.
O resultado? A bolsa começou a ser revendida em sites de segunda mão por preços mais altos do que o valor original.
Um comportamento que vemos com a Birkin (que se valoriza com o tempo), mas que é completamente atípico prum produto do Walmart, já que o varejo de massa tende a depreciar seus itens logo após a compra.
Maaas claro que a história não acabou sem polêmica.
A Hermès é conhecida por proteger ferozmente seus designs e trademarks, e especialistas acreditam que a marca pode tomar medidas legais contra o Walmart.
A Birkin não é apenas uma bolsa, ela representa exclusividade, escassez e status, elementos que são controlados estrategicamente pela marca francesa, afinal é disso que seu público gosta e uma vez que isso cai na mão da massa, pode abalar essa relação da marca com seus fieis compradores.
Agora ficou bem ilustrado né?
O Walmart conseguiu despertar desejo e reposicionar, mesmo que pontualmente, a percepção de seu próprio público sobre um produto e associa-lo com luxo.
Ou seja, a transferência de credibilidade pode alterar padrões de consumo. O comportamento de valorização da bolsa mostra como o consumidor pode atribuir novos significados a um produto baseado em referências.
No fim das contas, o case da Wirkin é um exemplo perfeito de como a junção entre branding, percepção de valor e estratégia de produto pode redefinir expectativas e, às vezes, até ultrapassar os limites entre inspiração e apropriação.
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Até a próxima edição! 💜
Beijos,
Clara Ramos

Meu nome é Clara Ramos, sou designer há mais de 8 anos e marketeira desde que me conheço por gente, vejo o branding de propósito como uma missão pra mostrar que o design é mais que estética.
Pra mim, o marketing precisa ser humano e sustentável, valorizando o propósito e a essência de cada marca. E mostro que isso faz parte da performance! Utilizo o design como ferramenta de comunicação poderosa e o conteúdo como chave pra enriquecer a experiência do usuário.
Assina a news e vamos aprender juntos! 🫶
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